domingo, 10 de abril de 2011

Smiths - Viva Hate (1988)














Selo: Parlophone
Produção: Stephen Street
Nacionalidade: Inglaterra
Duração: 42:20

Sem os Smiths, ou, mais exatamente, sem seu guitarrista, compositor e por vezes agente e babá Johnny Marr, era provável que Morrissey se tornasse uma piada. Quando Marr anunciou o fim de sua parceria e da maior banda de todos os tempos em 1987, um disco solo de Morrissey rapidamente não era um bom sinal.
Dá o que pensar, então, que 12 anos após o lançamento de "Viva Hate" Ryan Adams tenha resolvido iniciar o seu primeiro álbum, Heartbreaker, com uma faixa falada contendo uma discussão sobre "Suedehead", o primeiro single do disco de Morrissey. Outra década, outra nacionalidade, até mesmo outro gênero, mas ainda assim o impacto de Morrissey e de "Viva Hate" continua a reverberar.
Mesmo um observador superficial terá que reconhecer que Morrissey não é um mero figurante. Rompendo com a tradição dos Smiths de reutilizar velhas fotografias, vemos um Morrissey determinado na capa do disco. Na terceira música - "Everyday Is Like Sunday" - o cantor já havia criado uma ode à solidão e ao desespero. Em poucas palavras, um clássico de Morrissey.
O produtor Stephen Street foi recrutado como colaborador musical e isso talvez explique um pouco do exagero nas experimentações sonoras, mas a qualidade de faixas como "Late Night, Maudin Street", "The Ordinary Boys"(de onde a nova banda inglesa tirou o seu nome) e a magnifica "Suedehead" é inegável, pois Morrissey encontra uma voz mais direta do que nunca antes.
Com este disco, Morrissey saiu da sombra para se tornar - como ele diria mais tarde, com sua típica falta de modéstia - talvez o último grande ícone pop.

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