domingo, 26 de dezembro de 2010

Álbuns Clássicos - Bob Dylan - Highway 61 Revisited (1965)



































01 Like a Rolling Stone
02 Tombstone Blues
03 It's Takes A Lot to Laugh
04 It Takes a Train To Cry
05 From a Buick 6
06 Ballad Of A Thin Man
07 Queen Jane Approximately
08 Highway 61 Revisited
09 Just Like Tom Thumb's Blues
10 Desolation Row


Like a Rolling Stone (6:11)
Uma cena central de Don't Look Back (documentário sobre Bob Dylan) retrata Dylan admirando candidamente as guitarras da vitrine de uma loja em Londres. Tendo supostamente decidido plugar sua carreira musical, ele escreveu "apenas uma base no papel... dirigida a algum ponto que era honesto" e a transformou com algum tipo de alquimia, em seu primeiro número 1 nos EUA, apesar de algumas das primeiras cópias promocionais trazerem uma versão cortada pela metade antes da intervenção de Dylan. "Eu e minha esposa vivíamos numa cabana em Woodstock, que alugamos da mãe de Peter Yarrow. Escrevi a canção lá. Tínhamos chegado de Nova York e passaríamos uns três dias por lá resolvendo uns lances. Ela simplesmente veio, sabe, ela começou com o riff de 'La Bamba' . Que por sua vez, é baseada em uma música mexicana tradicional de salão. A primeira tomada teve andamento de valsa e é a mais tênue das sombras deste grandioso conto de fadas moderno, um "era uma vez" endereçado talvez à pobre menina rica Edie Sedgwick ou a Bob Neuwirth, ou ao próprio Dylan, mas que foi capturada pelos corações e espíritos livres de uma nova geração.


Tombstone Blues (5:58)
A versão original era chamada "Jet Pilot", ressuscitada em Biograph. Uma versão com os Chambers Brothers nos vocais de fundo foi produzida de última hora.
Dylan observou nas notas de Biograph: "Eu tocava num bar que era freqüentado por policiais, principalmente depois do trabalho. Eles sempre falavam coisas como 'eu não sei quem o matou ou o por quê, mas com certeza acho ótimo que tenha sido riscado do mapa'. Dylan soa tão indiferente quanto os policiais nesta canção dura, com energia que remete ao punk. Tombstone era parte do mito do velho Oeste, um lugar fora do alcance da Lei.


It Takes A Lot To Laugh, It Takes A Train To Cry (4:09)
Originalmente intitulada "Phantom Engineer", este blues conduzido pelo piano toma emprestado, como muitas velhas canções country, o verso sobre a lua brilhando por entre as árvores de "Poor Me", gravada em 1934 por Charley Patton.


From A Buick 6 (3:19)
Um carro clássico americano ganhou uma canção à altura. A música vem de "Milk Cow Blues" de Sleepy John Estes, gravada em 1930 e regravada por Elvis durante sua breve estada na Sun Records. De certa forma, esta é uma canção de amor.


Ballad Of A Thin Man (5:58)
Dylan disse a Nora Ephon que Mr. Jones "é uma pessoa real. Você o conhece, mas não por esse nome" E disse a outro repórter em Austin: "Ela fala de um sujeito que parou em um posto de caminhoneiros certa feita". Dylan rí nervosamente no inicio da gravação, mas a música é puro ataque verbal ao personagem. Depois de concluída a tomada, o baterista Bobby Gregg se voltou para ele e disse: "Esta é uma canção sórdida, Bob". O piano é puro Ray Charles. Phil Ochs lembra que se defrontar com Dylan nessa época era como entrar numa debulhadora. Musicalmente magistral, impulsionada por um órgão e um piano, com um solo brevissimo de Bloomfield no final.


Queen Jane Approximately (5:31)
Sempre solícito, Dylan disse a Nora Ephron que "Queen Jane é um homem". É uma boa explicação, assim como a suspeita óbvia, Joan Baez. Dylan soa quase compassivo, para variar, apesar de sua voz ganhar um tom áspero no final e de a gaita crocitar como um corvo.


Highway 61 Revisited (3:31)
A rodovia que corre no Norte gelado em direção ao Sul, terra do Blues, e questões raciais são apenas dois temas abordados por meio do sarcasmo - alimentado por um piano elétrico, uma slide guitar e um arremedo de sirene de polícia.


Just Like Tom Thumb's Blues (5:31)
Tom Thumb era um anão. A música é ambientada em algum lugar da estrada. Dylan a apresentou da seguinte forma em Melbourne, em 1966 - um show célebre pela atmosfera chapada: "[Esta é uma canção] sobre um pintor da Cidade do México... seu nome é Tom Thumb e hoje ele tem 125 anos, mas ele continua firme e forte. Todos gostam muito dele por lá, ele tem muitos amigos e esta canção fala da época em que ele atravessava sua fase azul [trocadilho com blue no sentido de 'triste', 'deprimido']" Como de costume , uma narrativa etérea em que pessoas estranhas fazem coisas imperscrutáveis é cantada por um Dylan impassível.


Desolation Row (11:21)
Bob disse a Jann Wenner que compôs esta música no banco de trás de um táxi em Nova York - uma atualização de "A terra desolada", de T.S. Elliot. O poeta Phillip Larkin, bem inferior, não sabia que opinião ter quanto às suas "palavras misteriosas, provavelmente reunidas sem grande reflexão". Mas no Isle of Wight Festival de 1970, uma cidade de fantasia improvisada, riponga, recebeu o mesmo nome com orgulho. E o clone do Dylan fase 1966 John Cooper a transferiu para Manchester, onde recebeu o nome de "Besley Street". Mas, quando indagado na célebre coletiva de imprensa de 1965 em San Francisco se era primeiro poeta ou cantor - ele consegue ser ambos de forma extraordinária aqui -, Dylan respondeu: "Ah, eu penso em mim mesmo como um homem que canta e dança."





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