Publicado originalmente em 2001, e com uma reedição revista, atualizada e ampliada, o livro escrito por Celso de Campos Jr., Giancarlo Lepiani, Denis Moreira e Maik Rene Lima, o livro conta desde a concepção da idéia pelo seu criador Jean Mellé, até o enterro indigno feita pelo Grupo Folha da Manhã.
Fundado originalmente com a idéia de combater a onda de comunismo crescente no país, através de notícias com apelo extremamente popular, com o público-alvo, os trabalhadores que começavam a se organizar em entidades sindicais e movimentos sociais.
Jean Mellé e Herbert Levy foram os responsáveis por tirar a idéia do NP do papel (ou seria colocar ela no papel?), com isso o NP teve sua primeira edição publicada em 15/10/1963 e trazia o seguinte editorial:
UM JORNAL EM SUAS MÃOS
São Paulo tem, a partir de hoje, mais um jornal. Precisamente este, que V. agora manuseia com o mesmo senso crítico com que o povo forma e derruba governos. E é um jornal, acreditamos, feito ao seu gosto, destinado a resistir a este mesmo exame a que seus olhos e sua inteligência o submetem: pela sua feição gráfica, pelo seu conteúdo informativo. Tivemos, como ocorre em todo empreendimento, nossos momentos difíceis, noites de vigília, enquanto a rotativa desenrolava das bobinas sucessivas pré-estreias. Somos os que se propõem a lhe oferecer um jornal de primeira qualidade, povo como V. Por isto, os números que rodamos antes, e não chegaram às suas mãos sofreram o mesmo crivo, sucessivamente, até que nos decidimos a pô-lo na rua, fazendo-o chegar a V. Examine-o, por dentro e por fora, como o fizemos antes. Ele é seu, agora, como antes já foi nosso: Elaboramo-lo, pacientemente, a V.
Não procure nestas páginas, intenções políticas. Isto o cansaria sem resultado. Outro intuito não há senão o de dar a V. a visão cotidiana de São Paulo, do Brasil, do mundo em que vivemos. Um mundo nem sempre bom, mas cheio de mensagens otimistas: de pujança cientifica, de solidariedade entre povos, de trabalho - por entre todas as dificuldades inerentes a própria essência de coisa viva. Um mundo belo, enfim, pois, quando mais se agrupam estas dificuldades, delas tira a humanidade suas páginas mais gloriosas. E esta é a luta, com esteios de fé e halos de esperança, que traremos diariamente a V.
A primeira manchete:
GREVE NAS ESCOLAS HOJE: PROFESSORES RECUSAM PROPOSTA
Este foi o ínicio do NP, a contra-capa do livro, resume o golpe fatal, o qual o NP foi submetido:
20 de Janeiro de 2001. Um jogo de cena bem arquitetado esconde até os últimos minutos o segredo que exterminaria o Notícias Populares. Depois do fechamento da edição 13.413, em uma tocaia contra a redação, o velho diário paulistano terminaria como um cadáver estatelado no quinto andar do prédio do Grupo Folha - no boletim de ocorrências da história do jornalismo, vítima de um assassinato na rua Barão de Limeira, 425.
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